quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Novos parceiros

O Curso de Comunicação Social da Universidade Cidade de S.Paulo acaba de fechar uma parceria com a Ajorleste (Associação dos Jornais de Bairro da Zona Leste). Para o curso, a integração tem o objetivo de mostrar o funcionamento dos jornais de bairro, entender seus processos de produção e publicidade, o planejamento gráfico e incentivar a redação dos alunos.
O presidente da Ajorleste, Emerson Nunes, manifestou a intenção de construir um parque gráfico e falou da intenção de incluir os alunos do curso de Comunicação Social da Universidade de S. Paulo em um centro de formação de jovens para trabalhar em jornais regionais.
Em São Paulo, o primeiro jornal de bairro foi criado no Brás, há 113 anos, com a finalidade de fazer uma cobertura regional. Com isto, o alcance do jornal tornou-se significativo pela proximidade e identificação que os leitores possuíam com as matérias e publicidade de sua região. Até hoje, na maioria das vezes, os jornais de bairro são distribuídos gratuitamente, chegando a comunidades carentes.
A Ajorleste foi criada com a finalidade de unir os jornais de bairro e buscar mais recursos, já que muitos possuem dificuldade para sobreviver devido à falta de anunciantes. Hoje, a entidade congrega associadas responsáveis por 20 títulos atendendo toda a Zona Leste. Alguns têm tiragem acima de 40 mil exemplares.
No dia 27 de agosto, Nunes esteve na Universidade ministrando uma palestra para os alunos do Curso Superior de Tecnologia em Criação e Produção Gráfica. No evento, relatou o dia-a-dia de um jornal de bairro e a captação de publicidade, principal ponto de apoio financeiro. Nunes também falou sobre jornalismo e credibilidade e ressaltou: “A postura e a ética são elementos fundamentais para a sobrevivência do jornal”.
A palestra foi o primeiro contato entre a AJORLESTE e os alunos do Curso de Comunicação. A iniciativa faz parte da parceria que ainda irá trazer outros palestrante e realizar atividades no decorrer do semestre.

Um comentário:

Pedro Nastri disse...

Caros
Somente para melhor elucidar a cerca da origem dos jornais de bairro, envio uma pequena história:

A origem dos jornais de bairro de São Paulo

Neste mês de setembro comemora-se mais um ano da fundação do primeiro jornal de bairro da cidade de São Paulo: “O Braz”. O Jornal foi criado pelo brasileiro Albino Soares Bairão, com a finalidade de defender os interesses do bairro e informar seus moradores sobre os acontecimentos locais.
Nascia a imprensa livre em nosso bairro. Antes do surgimento dos jornais de bairro, o que se tinha eram jornais étnicos criados por diversas colônias de imigrantes, principalmente os italianos.
Esses jornais começaram a desaparecer a partir do momento em que o imigrante passou a se ambientar com a nova terra.
Com o passar dos anos, os jornais de bairro foram se transformando, adquirindo novas matrizes. Surgiram, então, jornais estudantis, anarquistas, operários, entre outros, com isso enriquecendo a nossa imprensa paulistana.
Nascimento da Imprensa de Bairro:
Três anos e dois meses após o lançamento de “A Fanfulla”, órgão da colônia italiana e um mês depois de “O Estado de São Paulo” dar início às novas técnicas tipográficas, melhorando sua impressão com a utilização da zincografia e quando Júlio de Mesquita se projetava como um dos principais árbitros da opinião pública, com suas notas políticas, em 1º de setembro de 1895, Albino Soares Bairão lançava “O Braz”, o primeiro jornal de bairro de São Paulo de que se tem conhecimento.
Antecipando-se aos demais bairros da Capital paulistana, foi ainda na conhecida Freguesia do Bom Jesus do Braz que em 1897 surgia a “Tribuna do Braz” e a “Folha do Braz”.
O bairro do Brás, que viu surgir o primeiro jornal de bairro de São Paulo, é mais uma vez pioneiro. Ocorre que em 13 de julho de 1914 começa a circular diariamente o jornal comunitário “Diário do Braz”, de propriedade de Antonio Veríssimo Alves.
Se em 1895 nascia “O Braz” como pioneiro dos jornais de bairro de São Paulo, somente cinco anos depois era criado na Penha “O Bandeirante”, o primeiro jornal comunitário nascido fora dos limites do bairro do Brás, isso somente ocorreria em 31 de julho de 1900.
E antes do aparecimento do quinzenário “O Marco”, em 1907, no bairro do Belenzinho, como ainda dos semanários “O Vagalume”, em 1908, no bairro da Luz, bem como de ”O Ceciliano”, no bairro de Santa Cecília e de “A Tribuna da Lapa”, em 1911, foi no Brás que – muito antes - ainda em 1905 nasciam o ”Commércio do Braz”, semanário republicano, como também os quinzenários “O Braz Hoje” e “A Cidade do Braz”.

Abraços

Pedro Nastri
jornalista, historiador